quinta-feira, 9 de junho de 2011

Carta de uma mãe portuguesa para seu filho.

Carta de uma mãe portuguesa ao
seu filho:



Querido Filho,
Te escrevo estas linhas para que
saibas que estou viva. Te escrevo
devagar porque sei que tu não
consegues ler rápido. Bom, não vais
mais reconhecer a casa quando
vieres, porque a gente mudou.
Finalmente enterramos teu avô.
Encontramos o cadáver com esse
negócio da mudança; estava no
armário desde aquele dia em que
ganhou da gente brincando de
esconde- esconde. Hoje tua irmã
Julia teve um filho, mas como ainda
não sei se é menino ou menina, não
posso dizer se você é tio ou tia.
Quem não tem aparecido por aqui é
o tio Venâncio, que morreu
totalmente no ano passado. Ele e teu
primo Jacinto, que sempre
acreditaram ser mais rápido que um
touro, comprovaram que não eram.
Estou preocupada com o cachorro
Boby, que insiste em perseguir os
carros parados e está ficando cada
vez mais chato. Ah! Finalmente os
engarrafadores de refresco tiveram
a grande idéia de por um letreiro na
tampinha que diz: "Abra por aqui".
Que achas? Teu irmã José fechou o
carro com a trava e deixou as chaves
dentro; teve que ir lá em casa para
pegar a chave duplicada e poder
tirar todos nós de dentro do carro.
Esta carta te mando com Manolo,
que vai amanhã para ai, a propósito,
será que podes pegá-lo no
aeroporto? Bom meu filho, não
escrevo o endereço porque não o
sei. É que a última família
portuguesa que vivia aqui nesta casa
levou os números para não terem
que mudar de endereço.
Se encontrares a Dona Maria dá um
alô da minha parte; caso não a
encontres, não precisas dizer nada.
Tua mãe que te ama:
P.S. Ia te mandar cem escudos, mas
já fechei o envelope.
Se vo

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